domingo, 24 de janeiro de 2016

FACÇÕES NO RN DOMINAM PRESÍDIOS E DÃO PRÊMIOS AOS BANDIDOS

Fugas, rebeliões e morte. A escancarada crise no sistema penitenciário tem um exército organizado e com alto poder de fogo à frente de todas essas ações. As facções criminosas comandam os estabelecimentos prisionais e, de lá, também praticam desmandos do lado de fora dos muros das unidades.
 
Os detentos mais perigosos do Rio Grande do Norte assistem à dificuldade do Estado em resolver a situação dos presídios de uma posição muito mais confortável que os integrantes da sociedade civil.
 
O Primeiro Comando da Capital (PCC) e o Sindicato do Crime do RN dividem o controle das penitenciárias e têm integrantes espalhados por todo o Rio Grande do Norte. Informações obtidas pelos agentes penitenciários através de relatos de presos e apreensões de telefones e cartas dentro das unidades detalham a atuação e a estruturação dessas facções.

De acordo com Vilma Batista, presidente do Sindicato dos Agentes Penitenciários do Rio Grande do Norte (Sindasp/RN), todos esses dados são enviados para o setor de Inteligência das secretarias competentes pela segurança pública e pelo sistema prisional, para que sejam iniciadas investigações com o intuito de coibir essas articulações.
 
Desde a série de assassinatos ocorrida dentro das penitenciárias no ano passado, conta Vilma Batista, o Governo do Estado reordenou as acomodações dos presos dentro de cada unidade, os agrupando por facção: PCC ou Sindicato RN.
 
Isso porque, segundo os próprios apenados, os homicídios vinham sendo praticados em virtude das brigas entre as duas organizações. Desta maneira, os detentos passaram a dividir cela somente com seus pares de facção. Apesar de a medida ter sido tomada com a intenção de coibir os ataques entre os rivais, acabou auxiliando na articulação dos criminosos. Perto um do outro, eles conseguem planejar de maneira mais rápida as suas ações.
 
Agora, quando chega um novo apenado, os agentes penitenciários o questionam se ele pertence a alguma das vertentes criminosas. Em caso afirmativo, o preso diz qual delas e é encaminhado ao setor da penitenciária correspondente. Segundo informou Vilma Batista, de acordo com os materiais que são apreendidos nos presídios, comumente, aqueles que não têm ainda filiação a nenhuma das facções são aliciados pelos integrantes, e acabam cedendo, para não sofrerem represália.
 
 
* Leia a reportagem completa na edição impressa do NOVO deste domingo (24) ou baixe o aplicativo NovoDigital e saiba como age o Primeiro Comando da Capital (PCC) e o Sindicato do Crime, que foi fundado em 2013. A matéria mostra que essas facções se sustentam por meio de mensalidades dos seus membros, inclusive com depósito em banco e que, quando recebem liberdade, ainda destinam parte do dinheiro obtido nas atividades criminosas. Até sorteio de prêmios entre eles ocorre, variando de drogas até carros. Na reportagem completa você confere que estas facções têm estrutura de grandes empresas e que começam a fazer alianças em estados vizinhos. Além disso, entenda porque há quase um ano os guardas do presídio estadual de Alcaçuz não têm acesso ao interior dos pavilhões e de que forma as facções entendem que têm mais força e poder do que o Estado.

fonte: NovoJornal

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