quinta-feira, 12 de fevereiro de 2015

SEM MÉDICOS E LEITOS PSIQUIÁTRICOS, HOSPITAL REGIONAL DE MIPIBU DESCUMPRE PORTARIA 3088 DE DEZEMBRO DE 2011

Diretor do Hospital Regional Monsenhor Antônio Barros, Valdir Vieira e o Diretor Administrativo do CAPSMAF de São José de Mipibu, Alexandre Freire.

Em contato com profissionais de saúde mental e leitura da Portaria 3088 de 23 de dezembro de 2011, é de responsabilidade do hospital geral, no caso, o Regional de São José de Mipibu, oferecer, junto a outros componentes da Rede de Atenção Psicossocial, atendimento a usuários portadores de transtorno mental e os que fazem uso de álcool e outras drogas. Segundo a referida portaria, no que diz respeito a se constituir um dos pontos dessa rede... deve ser oferecido... a) enfermaria especializada em Hospital Geral; b) serviço Hospitalar de Referência para Atenção às pessoas com sofrimento ou transtorno mental e com necessidades decorrentes do uso de crack, álcool e outras drogas.

Em muitos casos, os próprios médicos profissionais da Atenção Básica e demais instituições de saúde pensam que o Centro de Atenção Psicossocial é o único responsável pelo acolhimento desse público, encaminhando pacientes, exclusivamente, aos CAPS, ocasionando uma demanda exacerbada. Em algumas ocasiões, sentiu uma dor de cabeça, logo são encaminhados por médicos que deveriam prestar uma melhor assistência em vez de se "livrarem" de mais um esforço, digno e de responsabilidade da profissão que exercem.

Há alguns dias, fiz uma visita ao novo diretor do HRMAB, Valdir Vieira. Na ocasião, perguntei sobre os leitos psiquiátricos os quais estavam no projeto de reforma daquele hospital. Porém, segundo Valdir, "Como técnico-enfermeiro, vejo a desospitalização mais eficiente para esse público". Uma informação interessante, já que os CAPS primam pela autonomia do sujeito em sofrimento mental, entretanto, a rede, pela lei, conta com os hospitais gerais, como uma espécie de parceiro no envio de casos mais graves, a fim de fazerem cumprir o bom senso e o direito à saúde. Hoje, aquela unidade geral não tem clínicos; apenas, funciona a parte de maternidade.

Reconhecendo o caos pelo qual passam muitos CAPS e serviços de saúde mental do RN, esperamos uma reestruturação por parte do governador Robinson Faria desses serviços, a fim de que façam valer a lei e/ou as portarias. Afinal, lei não se discute... se cumpre.

Matéria e foto: Alexandre Freire

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