Esta é Raimunda Timóteo da Nóbrega, mais conhecida por RAI. Como freira, desenvolveu um trabalho religioso em nossa cidade; fundou a Pastoral da Criança, entidade responsável pelo acompanhamento a crianças desde o nascimento até os primeiros anos de vida; construiu, com recursos próprios e ajuda de poucos amigos, uma creche (Creche Santana) na comunidade do Bairro Novo, onde atendia cerca de 150 crianças, nos turnos matutino e vespertino. O espaço era mantido pela ajuda de pessoas da comunidade e de outros distritos. Há anos, este importante projeto fora desativado, devido à depredação por partes dos marginais, pelos constantes roubos e/ou assaltos, sobretudo, pela falta de investimentos. Segundo informações, a creche recebia, também, pessoas infratoras, a fim de que desenvolvessem algum tipo de trabalho, uma forma de diminuição da pena.
Além dessas grandes ações, Rai se destacou na função de tratar pessoas doentes que encontrava nas ruas. Auxiliar de enfermagem, com um grande conhecimento na área de saúde, disse-me ter perdido as contas das vezes em que acolheu, em sua residência, pessoas doentes, frágeis, que perambulavam pelas ruas. Dava-lhes casa, comida, roupas e tratamento médico. Os remédios, em sua maioria, eram doados por pessoas humanas e sensibilizadas com a situação. Ao final do tratamento, essas pessoas eram conduzidas às casas de familiares.
"Através das boas amizades, pedia remédios, roupas e alimentos, além de sair pelas comunidades vizinhas, a cavalo, para medicar e ajudar aos mais necessitados. Tudo isso pelo amor ao próximo, sem ajuda de políticos ou qualquer tipo de interesse... só de Deus e dos grandes de coração" - disse Rai.
Há alguns anos, administrou um bazar, para doações de roupas e sapatos aos mais carentes. Em alguns casos, vendia algumas peças e destinava o dinheiro para a compra de medicamentos para o povo. Atualmente, devido a problemas de saúde, não desenvolve mais essas louváveis ações sociais, porém deixou escrito uma história de amor e um legado dedicado aos mais carentes e humildes.
Hoje, em sessão solene, para a entrega da Medalha Vovó Didi às mulheres mipibuenses, como forma de homenageá-las por ocasião do relevante trabalho desenvolvido em nossa cidade, mais uma vez, esqueceram de um verdadeiro ser humano, digno de todas as condecorações e honras.
Aos vereadores daquela casa, pedimos uma maior sensibilidade e reconhecimento às nossas verdadeiras mulheres. Rai não merece só uma medalha, mas, sim, ser reconhecida pela sua grandiosa trajetória de vida em nome dos necessitados, acolhendo, cuidando e dando amor aos menos favorecidos.
Sou fã de quem, realmente, é personagem principal de uma verdadeira história!!!
Matéria e fotos: Alexandre Freire
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